sexta-feira

Meus olhos deitam nos teus olhos
Suave minha voz ecoa:
- É um segredo!
Tua mão macia conforta meu corpo
Arreganhado
me escondo com os dentes a mostra
Você me abraça!
Disfarço uma lágrima com um sorriso
Você me beija!

sábado

Desceu do seu cavalo
tirou a capa de Super Homem
jogou fora o anel do Lanterna verde
Agora anda com os pés descalços
Sua visão além do alcance
não projeta horizontes
Desvenda-os
Caminha, chora, sorri, dança
gargalha!
Os pés, descalços
Nas palavras não ditas, nos abraços não dados, nas lágrimas engolidas...
Tem sempre um peito estufado. Baú de sentimentos.
Um ponto com dois espelhos que se quer reticência. 
Nunca recomeço.
Um linha outro ponto
um contra outro conto
um traga outro tango 
um rasgo outro trapo
dois cantos
De saudade
desobediente 
meus dedos
me revelam
nos teus olhos
"- Você tem asas roxas!
Não sabe usar, mas sabe quando fecha-las.
Usa sempre abertas!"


(da boca de um desconhecido morador de rua. que correto eu fui. um mendigo)
"Nos demais – eu sei,
qualquer um o sabe – 
o coração tem domicílio 
no peito.
Comigo 
a anatomia ficou louca.
Sou todo coração –
em todas as partes palpita.”
Maiakóvski