terça-feira


Com simpatia conquistava todos
Aprendeu a forjar os dentes
com alegres suspiros solitários
Decidiu só chorar de alegria
Teceu ficções com fios de aço
escorridos por dentro dos olhos
Figurinos e maquiagens
para as lágrimas
que corriam tristes
pra fora
Com destreza se tornava útil
uma boa companhia
De tanto chorar pra dentro
se afogou!

sexta-feira

Espero como um gato espreita
Minha cabeça voa como pipa
em dias de tempestade
Meus olhos nascentes
lama e lodo
Minhas mãos como gelo no sol
Barranco, mato e muros
sob meus pés

quarta-feira


Quero pular de paraquedas
um único mergulho
Um pulmão contra a espinha
Outro contra o esterno
O esterno contra a coluna
Meu grito contra o teu
Minha queda livre
com o freio de mão puxado
Cuspo ansiedades
deslizo ébrio...
Salto de paraquedas
Não Abro!
Você inverte teu desejo
Me aventura a seguir só!
Tenho um corpo cravejado por preconceitos...
E outro, amalgamado com afetos!
Degusto palavras como um gato vomita bolas de pêlos!
Não sabia parar. Ele não sabe parar!
Sentou-se no tear...
Agora!

Tece tênues limites
Vivo paixôes com desacato
Amores com acatos e desacatos
Negocio existências
Tramo negligências
Costuro, faço crochê, tricoto, moldo
corto, cirzo...Permanências
Arremato, bordo, customizo, cavo, rasgo
...Transparências, ziguezagueando!
Construo fortalezas
Me torno gigolô
Crio, destruo
Puta de mim mesmo doo afetos
delicados transtornos
Feroz roubo intimidades
Presencio desilusôes
Recrio ilusões intimas
projeções frágeis
Me visto com o abismo
visito a entrega
Talvez desapareça
suma
Corra(,,,)corre
- Corro!
foge pra longe
- Fujo
bem perto
(talvez) Logo sorria
e desapareça
Talvez

apareça
sujo
surja
ande(,,,)anda
- espero
de braços abertos
repouso
Com o corpo
berro(,,,)berro
Urro!
Meus olhhos nos teus
Peito à peito!
Talvez de mãos dadas!
Talvez de mãos dadas!