terça-feira

Naquele dia ele acordou cedo. Como de costume, ele acordou cedo. Um cigarro a mais no cinzeiro, uma ruga a mais no rosto. Uma lágrima a menos nos olhos...
Naquela manhã um suspiro o arrancou do sonho. Um salto o lançou no vácuo. Naquele espaço-residência do vazio... onde a existência não existe. No não lugar, sem referência pra se saber quando se está em pé, sentado, subindo, caindo ou de cabeça pra baixo. Decidiu não estar. Mas, pra isso não existia escolha. Ele estava. Estava ali parado sem perceber nem mesmo há quanto tempo olhava fixo sua sombra na parede gasta.

4 comentários:

  1. ainda assim é um lugar. e a rotina se faz presente... e então a gente se encontra, no mesmo buraco, e toma um banho de chuva, abençoados pelo mar que une nossos vácuos por alguns instantes, e desperta em mim um traço da esperaça adormecida.

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