segunda-feira

Meus olhos repousam lá, onde se juntam o branco e o azul. Naquela linha, ali na frente. No limite certo entre um e outro, no recorte desenhado, pintado, retilíneo do início ao fim. Onde nosso macaco Oscar me observa do alto de uma montanha com espelhos e cabide. Donde posso ver as estrelas através do vento. Oscar segura uma mão na outra como se tivesse conseguido abraçar o véu leve e suave no meio do azul e te manda beijos.
É aqui que descanso meu corpo em pensamentos. Meu joelho antes equilibrando a coisa amarela, cede, empresta e agora acomodo meu queixo.
Vim parar numa ilha Bia com araras carrancas africanas, havaianas pumas.
Gatos cachorro e buda.
To deitado no meio dela, na parte mais macia. Escolhi o melhor lugar pra poder esquecer tudo, inclusive que tudo isso era para escrever uma carta.
Viemos tantas vezes juntos aqui. Outras tantas eu venho sozinho. Sempre venho.
Os últimos dias tenho passado bem próximo ao mar, basta atravessar a rua.
Mas, não atravesso. Tem um morcego solitário que me espera pra conversar. E seria uma maldade com ele eu ir pro sol e deixá-lo me esperando.
Amanhã vou tentar fazer as duas coisas.
Mas hoje não, hoje estou nessa ilha, na melhor parte dela, sob o céu artificial, com centro nas costas.
Deitado em molas...
Abraçado no Fom te escrevendo.
Beijos Bia. Precisamos marcar acertar uma escala.

Nenhum comentário:

Postar um comentário